terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A Escola na Prevenção e Promoção de Qualidade de Vida Sem Drogas - Parte IV

Prevenção no contexto escolar 

Cavalcante (1997) aponta que o trabalho com drogas pode vir a ser feito em três níveis - prevenção, repressão e tratamento. A prevenção divide-se em duas etapas: prevenção primária que procura desestimular a primeira experiência dos não iniciados e a prevenção secundária que busca prevenir o aprofundamento do uso experimental. 

A prevenção coloca-se, portanto como imperativo desse processo já que o tratamento de pessoas já em dependência é longo difícil, aleatório e caro. Quanto mais precoce, de preferência antes do contato do jovem com a mesma, maiores são as possibilidades de eficácia da mesma. 

Ela pode vir a seguir vários modelos: princípio moral (uso de drogas como algo condenável do ponto de vista ético e moral), amedrontamento (enfatiza aspectos negativos e perigosos das drogas), conhecimento científico (propõe fornecimento de informações de modo imparcial e científico), educação afetiva (modificação dos fatores predisponentes ao uso de drogas), estilo de vida saudável e pressão de grupo positiva (o grupo como fator de proteção do jovem contra as drogas). 

Quando se considera a prevenção no contexto escolar deve-se dar ênfase no investimento da formação de profissionais qualificados, bem treinados e habilidosos para lidar com as demandas da instituição. Deve também buscar envolver o corpo escolar inteiro e colocar o adolescente como participante ativo do processo de elaboração dos projetos utilizando linguagem acessível e escutando o que ele tem a dizer sobre sua realidade. 

Para SUDBRACK e DALBOSCO (2005), na impossibilidade de excluir as drogas do domínio social há que se trabalhar visando à construção de sujeitos mais preparados para enfrentar os problemas causados por elas. A prevenção entraria, portanto como parte da formação dos sujeitos dentro do ambiente escolar. 

As informações, como meio mais importante de prevenção, devem focar a qualidade de vida e não as drogas – produto - em si. Isso poderia surtir o efeito contrário, excitar a curiosidade dos adolescentes, tão ligado a situações desafiadoras. O processo de prevenção deve buscar abranger a qualidade de vida ligada aos hábitos dos adolescentes, englobando seus problemas e interesses (CAVALCANTE, 1997). 

O adequado enfrentamento dessas problemáticas exigiria políticas públicas que viabilizassem a construção de soluções que fossem colocados em contraponto com o “modelo do medo” e a “pedagogia do terror” que silenciam e excluem sem de fato proporcionar a devida formação de consciência relativa aos problemas aos quais as drogas podem estar ligadas. (SUDBRACK e DALBOSCO 2005) 

Ribeiro, Pergher e Torossian (2008) pontuam que se verifica na prática que as políticas de prevenção geralmente não fazem uso da capacidade de julgamento moral e espírito crítico do jovem e de modo geral repassam informações deturpadas e já definidas como certas. 

O jovem acaba sendo colocado numa posição de fragilidade e muitas de suas capacidades e possíveis contribuições vem a ser ignoradas. Dessa forma, os trabalhos realizados no sentido de evitar o envolvimento destes com as drogas acabam sendo desvalorizados e perdem muito nos seus objetivos finais.

Fonte:http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/drogas-e-socializacao-o-papel-da-escola-na-prevencao-e-promocao-de-qualidade-de-vida-sem-drogas#ixzz2KWfwwKrq

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