quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Princípios de prevenção na escola


Para pensar no desenvolvimento de um projeto de prevenção do uso de drogas na escola, primeiramente, é necessário saber qual a filosofia e quais os princípios que vão fundamentar o trabalho.

A prevenção será mais adequada e eficaz se tiver como objetivo o desenvolvimento da capacidade de escolha dos indivíduos. Uma pessoa bem informada e com uma consciência crítica desenvolvida terá mais possibilidades de tomar decisões que evitem riscos e favoreçam a sua saúde.

Trabalhar com a perspectiva de reduzir os riscos de consumo abusivo e os danos causados pelo uso de substâncias psicoativas é uma forma mais realista, eficaz e ética de trabalhar a questão das drogas.

Uma ação de prevenção na escola alcança melhores resultados quando fundamentada em princípios como os descritos abaixo:
  • Planejamento que envolva a integração de representantes dos diferentes segmentos da escola: diretores, coordenadores, professores, funcionários, estudantes, famílias e comunidade.
  • Ações direcionadas para os estudantes, as famílias e a própria comunidade escolar.
  • Programas desenvolvidos em longo prazo, durante todo o processo escolar, com ações específicas para cada faixa etária.
  • Intervenções projetadas para reduzir fatores de risco de abuso de drogas e aumentar fatores de proteção à saúde.
  • Conteúdo que abranja as diferentes formas de abuso de drogas, incluindo as legais e as ilegais e dando prioridade às mais consumidas na comunidade.
  • Integração do trabalho de prevenção em um conjunto de ações de promoção à saúde.
  • Busca do fortalecimento da autoestima e do desenvolvimento da capacidade de enfrentar problemas e de tomar decisões.
  • Inclusão de métodos interativos e informações objetivas e verdadeiras, sem a intenção de amedrontar por meio de informações desatualizadas e preconceituosas.
A educação escolar, associada a outros setores da sociedade, é uma instância importante no desenvolvimento de pessoas conscientes, livres, responsáveis e comprometidas com valores éticos de promoção à saúde individual e coletiva.

Referência: ALBERTANI, H. M. B; AZEVEDO, A. C. Princípios e Estratégias de Prevenção do Uso de Drogas nas Ações Educativas, 2012.

Redes Sociais


O conceito de rede social como um conjunto de relações interpessoais concretas que vinculam indivíduos a outros indivíduos vem se ampliando dia a dia, à medida que se percebe o poder da cooperação como atitude que enfatiza pontos comuns em um grupo para gerar solidariedade e parceria.
O homem, como ser social, estabelece sua primeira rede de relação no momento em que vem ao mundo. A interação com a família confere-lhe o aprendizado e a socialização, que se estendem para outras redes sociais. É por meio da convivência com grupos e pessoas que se moldarão muitas das características pessoais determinantes para sua identidade social. Surgem, nesse contexto, o reconhecimento e a influência dos grupos como elementos decisivos para a manutenção do sentimento de pertinência e de valorização pessoal.
Todo indivíduo carece de aceitação, e é na vida em grupo que ele externará e suprirá essa necessidade. Os vínculos estabelecidos tornam-se intencionais, definidos por afinidades e interesses comuns. O grupo passa, então, a influenciar comportamentos e atitudes, funcionando como ponto em uma rede de referência composta por outros grupos, pessoas ou instituições, cada qual com uma função específica na vida da pessoa.

Indicação de filme

A Corrente do Bem (Pay It Forward,2000)

O Filme “A Corrente do bem”, dirigido por Mimi Leder, é mais do que uma produção cinematográfica. Não são apenas ótimos atores e atrizes interpretando um simples papel, nem efeitos especiais de tirar o fôlego. É a bela história de um garoto que acredita conseguir melhorar o mundo que vivemos. E ele consegue!
Eugene Simonet (Kevin Spacey) é professor de Estudos Sociais em uma escola típica americana, com problemas de violência e bullying. Trevor (Haley Joel Osment) sofre com o alcoolismo de sua mãe (Helen Hunt) e o abandono de seu pai. O professor Simonet propõe um desafio aos alunos: pensar em algo para
melhorar o mundo e colocar em ação.
Diante das ideias infantis, porém comuns a estudantes da 7ª série, Trevor apresenta uma ideia um tanto quanto inteligente. Até mesmo Simonet fica surpreso! Considerando que se uma pessoa ajudar 3 pessoas,
essas outras 3 pessoas ajudarem outras 3 pessoas, e assim por diante, o mundo poderá ser muito melhor pra se viver. O que pode ser verdade!
Como assim dizia o projeto, Trevor colocou sua teoria em prática. Ajudou um morador de rua, viciado em drogas, oferecendo comida e um lar para dormir. Claro, sem que sua mãe percebesse. Mas não foi difícil, já que sua mãe era um tanto quanto ausente trabalhando em dois lugares diferentes para sustentar seu vício e o filho que tanto ama. O engraçado é que a teoria dá certo e ganha proporções estrondosas, ganhando a atenção da mídia e de um jornalista em especial, que beneficiado com “A corrente do bem” busca saber onde tudo começou.


Políticas públicas


As políticas públicas voltadas para educação e saúde convergem para o território da escola visando contribuir com a qualidade de vida do escolar e tudo que o cerca. Essa composição social se define a partir do tecido cultural no qual a escola está inserida. Dessa forma, somos nós que, ao mesmo tempo, inventamos nossa cultura e experimentamos a “dor e o prazer” de vivê-la. Esse é um movimento constante de renovação de nós mesmos nos espaços em que habitamos e que habita em nós. 

Little define território como: “O esforço coletivo de um grupo social para ocupar, usar, controlar e se identificar com uma parcela específica de seu ambiente biofísico, convertendo-a assim em seu território”.

Por meio desse conceito, é possível compreender o sentido de “pertencer” a um lugar, ser parte, responsabilizar-se por ele, construí-lo coletivamente.Conheça um pouco sobre as cidades educadoras. Um exemplo de território de responsabilidade são as cidades educadoras onde todos são responsáveis por todos. Entre no site abaixo e conheça mais sobre as cidades educadoras. A seguir, um fragmento da Carta das Cidades Educadoras:

“Atualmente, a humanidade não vive somente uma etapa de mudanças, mas uma verdadeira mudança de etapa. As pessoas devem formar-se para uma adaptação crítica e uma participação ativa face aos desafios e possibilidades que se abrem graças à globalização dos processos econômicos e sociais, a fim de poderem intervir, a partir do mundo local, na complexidade mundial, mantendo a sua autonomia em face de uma informação transbordante e controlada por certos centros de poder econômico e político”.

Acesse http://www.fpce.up.pt/ciie/OCE/index.htm  para saber um pouco mais!

Referência: Paul E. Little TERRITÓRIOS SOCIAIS E POVOS TRADICIONAIS NO BRASIL: POR UMA ANTROPOLOGIA DA TERRITORIALIDADE


Adolescente usuário de drogas


Para o adolescente, as drogas, tanto lícitas como ilícitas, fazem parte da vida social, das festividades, da inserção no grupo, embora nem todos façam uso delas.

Em geral, o adolescente tem resistência em admitir que o uso de drogas pode lhe causar problemas e gerar uma dependência, o que dificulta a abordagem da questão. Além disso, o preconceito em torno do usuário

Historicamente, o adolescente usuário de drogas tem sido tratado ora como doente, ora como criminoso e as abordagens que acompanham essa visão dualista têm-se mostrado insuficientes e ineficazes na prevenção e no encaminhamento de soluções para o uso de drogas.

Uma grande conquista recente para os jovens brasileiros foi a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Juventude pelo Congresso Nacional, em 13 de julho de 2010. A PEC, agora transformada na Emenda Constitucional n. 65, insere o termo jovem no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal, suprindo uma lacuna e assegurando ao segmento direitos que já foram garantidos constitucionalmente às crianças, adolescentes, idosos, indígenas e mulheres.

Usuário ≠ Traficante


Ao se considerar a questão das drogas, é importante diferenciar o usuário do traficante.


O usuário é a pessoa que adquire a droga para consumo próprio, seja dependente ou não.

O traficante é aquele que produz ou comercializa determinada droga ilícita.

Para a Justiça determinar se a droga destina-se ao consumo pessoal, no caso de maiores de idade, é necessário
analisar a quantidade da substância, as condições da apreensão e as circunstâncias sociais e pessoais
do portador.



Para mais informações, veja a Lei n. 11.343/06 

Penas alternativas para usuários e dependentes


A legislação brasileira sobre drogas, datada da década de 1970, não fazia a diferenciação entre traficantes, usuários e dependentes para efeitos criminais. As novas políticas e legislações têm gerado uma mudança de paradigma: propõem a extinção da pena de prisão para usuários e dependentes que serão submetidos a penas alternativas e encaminhados a tratamento médico gratuito não compulsório.

Nesse aspecto, as propostas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as políticas públicas brasileiras convergem, ao tratarem o dependente como “doente” e não como “delinquente”. Assim, os usuários e dependentes de drogas que foram outrora tratados como bandidos passam a ser considerados pessoas que precisam de ajuda ou orientação.

Embora a nova abordagem contribua para uma visão mais humanitária dessas pessoas, a sociedade continua a considerar o usuário de drogas criminoso, moralmente desajustado, patrocinador do tráfico etc.

Por que precisamos da educação?



A palavra educar origina-se do latim educatio, que, além de instrução, também significa ação de criar, de alimentar. Educação é, portanto, um fenômeno bastante complexo, que se relaciona com todo o processo de formação do sujeito. Nesse processo, ocorrem muitas influências: da família, do trabalho, do clube, dos grupos sociais e culturais de diversas outras instituições.

No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se desenvolvendo através de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida.
As necessidades surgidas na vida das pessoas, suas experiências de sobrevivência ou de busca de bem-estar ocasionaram processos de produção e criação de conhecimentos, construídos individual ou coletivamente e organizados socialmente, ao longo da história da humanidade.
Esse tipo de educação não é, necessariamente, institucionalizada, ou seja, não ocorre em um espaço definido, com tempos determinados nem tem uma forma padrão nem normas que a estruturem. É por essa educação que várias pessoas se educam, muitas vezes, sem terem ido à escola.
Esse processo educacional se desdobra em várias dimensões: a educação tanto tem a função de transmitir a cultura e o conhecimento acumulado quanto a função de despertar potencialidades, reflexão e críticas acerca
da realidade e das possibilidades de sua modificação.
A educação acaba influenciando a constituição de vários aspectos da subjetividade das pessoas, como valores, crenças, orientações religiosas, sexuais, morais, sentimentos, escolhas e muitos outros.
Referência: MARINHO-ARAÚJO, C. M. Psicologia Escolar - Construção e Consolidação da Identidade Profissional, 2010.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Notícia

Notícia publicada em 09/02/2013

SSP desenvolve ações de prevenção para o carnaval 2013

Policiais civis e militares, bombeiros e assistentes sociais estarão desenvolvendo entre os dias 08 e 12 deste mês a “Polícia Comunitária em Ação/Carnaval 2013”, com o objetivo de disseminar a filosofia de Polícia Comunitária durante as festividades. A ação é desenvolvida pela Superintendência de Polícia Comunitária em parceria com a Polícia Militar, Polícia Civil e o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN). 
De acordo com o cronograma, do dia 08 a 12 de fevereiro, os servidores da Superintendência de Polícia Comunitária estarão em Palmas e Araguaína realizando atividades preventivas por meio da distribuição de folders informativos, abordagens de conscientização em locais de aglomeração de pessoas, orientação à comunidade sobre os riscos do uso de drogas lícitas e ilícitas, sobretudo, acerca dos perigos da combinação da bebida alcoólica e direção, exploração sexual, furtos, roubos e violência em geral, tidos como mais comuns nessa época.
Palmas, Araguaína e Gurupi contarão com bases comunitárias móveis que auxiliarão o policiamento ostensivo durante o período carnavalesco, bem como poderão atuar como pontos de acessibilidade para o registro de ocorrências de baixa complexidade, como a perda ou extravio de documentos e denúncias em geral.
Segundo o superintendente de Polícia Comunitária, coronel Jefferson Fernandes Gadelha, a ação tem como objetivo alertar e orientar a sociedade tocantinense acerca de condutas que promovam mais segurança durante o período carnavalesco. O Governo do Estado, por intermédio das Polícias Militar e Civil e o Detran, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, pretende diminuir o número de acidentes de trânsito provenientes do abuso de bebidas alcoólicas, aproximar a comunidade das forças de segurança pública e estabelecer uma cultura de segurança e paz na sociedade tocantinense, onde todos reconheçam sua responsabilidade junto à segurança pública.

Pesquisa Nacionais

Acesse os relatórios completos dos principais levantamentos nacionais sobre consumo de drogas e suas conseqüências. 

VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública e Privada nas Capitais Brasileiras - 2010 

Livro completo (Versão em Português)


I Levantamento Nacional sobre Drogas entre Universitários - 2010

Livro completo (Versão em Português)

Livro completo (English Version)

Livro completo (Versión en Español)


Uso de Bebidas Alcoólicas e outras drogas nas Rodovias Brasileiras - 2010



Projeto Internacional de Avaliação das Políticas de Controle do Tabaco – ITC Brasil – 2009

Resumo


Relatório Brasileiro sobre Drogas - 2009



II Levantamento Domiciliar sobre o uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil 2005 



Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira



V Levantamento Sobre Drogas Psicotrópicas Entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras - 2004



I Levantamento Domiciliar sobre o uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil 2001



Levantamento Nacional sobre o uso de Drogas entre Crianças e Adolescentes em situação de Rua 



Catálogo de Instituições que assistem crianças e adolescentes



Fonte: OBID

Notícia

10 mil vagas para comunidades terapêuticas (12/02/2013)

Os gestores, voluntários e profissionais de comunidades terapêuticas têm até o dia 8 de março para fazer inscrição em curso que vai abordar os principais aspectos ligados ao acolhimento e reinserção social de dependentes de crack, álcool e outras drogas. A capacitação tem duração de quatro meses, com a carga horária de 120 horas e certificado de extensão universitária emitido pela Universidade Estadual Paulista – Unesp.
Nesta primeira edição do curso serão oferecidas 10 mil vagas para todo País. A iniciativa é da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, do Ministério da Justiça, e faz parte do eixo prevenção do programa Crack, é possível vencer, que prevê, entre outras ações, a ampla capacitação de profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, justiça, segurança pública, além de lideranças comunitárias e religiosas.
As comunidades terapêuticas que atenderam o Edital Senad nº 01/2012 deverão passar pela capacitação. Para tanto, terão vagas garantidas no curso. As inscrições podem ser feitas até o dia 08 de março de 2013 pelo sitio eletrônico www.capacitact.senad.gov.br.

Fonte: SENAD

Prevenção: sua definição e os fatores que o abordam





PREVENÇÃO



Definição


      Fatores do próprio indivíduo 

De proteção
De risco
Habilidades sociais
Insegurança
Cooperação
Insatisfação com a vida
Habilidades para resolver problemas
Sintomas depressivos
Vínculos positivos com pessoas, instituições e valores
Curiosidade
Autonomia
Busca de prazer
Auto-estima desenvolvida


Na passagem da experimentação para o uso regular e na manutenção do uso, fatores mais relacionados com características internas do adolescente, tais como insegurança ou sintomas depressivos, podem estar envolvidos.
Analisando-se os fatores internos do adolescente que podem facilitar o uso de álcool e drogas, podem-se citar também a insatisfação e a não-realização em suas atividades. Os jovens precisam sentir que são bons em alguma atividade, sendo que esse destaque representará sua identidade e sua função dentro do grupo. O adolescente que não consegue se destacar nos esportes, estudos e relacionamentos sociais, dentre outras ações, pode buscar nas drogas a sua identificação. A insegurança quanto ao seu desempenho também exerce o mesmo papel, no sentido de empurrá-lo para experimentar atividades nas quais se sinta mais seguro. Em relação aos esteróides anabolizantes, Bahrke e colaboradores (1998) afirmam que a insatisfação com a própria imagem corporal e a deposição de muita importância nos atributos físicos podem se tornar fatores de risco para o uso dessas substâncias, que acabam desempenhando um papel na manutenção da auto-estima desses jovens.
Os sintomas depressivos e as crises de angústia que, em muitos casos, fazem parte da adolescência normal, são também fatores de risco. O jovem que está triste, desanimado ou mesmo ansioso e angustiado tende a buscar atividades ou coisas que o ajudem a sentir-se melhor. Os efeitos das drogas podem proporcionar, de forma imediata, uma melhora desses sintomas, sendo uma tentativa de “auto-medicação”. Quanto mais impulsivo e menos tolerante à frustração for o adolescente, maior será o risco de usar drogas. Segundo estudo desenvolvido com adolescentes dependentes, aqueles que apresentavam sintomas depressivos evoluíam mais rápido da experimentação para o uso regular e também consumiam drogas mais fortes, como a cocaína, em alguns casos, sem ter usado substâncias mais “leves” anteriormente, como a maconha (SCIVOLETTO, 1997).
Ao mesmo tempo, a curiosidade e a busca de emoções, também presentes na adolescência, são fatores que contribuem para o desejo de experimentar sensações novas e integrar-se em comemorações e festas que podem incluir comportamentos de risco e o uso de drogas.


      Fatores familiares

Devem-se considerar como fatores que têm influência tanto para favorecer o uso de drogas como para servir de proteção o fator genético e o papel formador da família. 

De proteção
De risco
Pais que acompanham as atividades dos filhos
Pais fazem uso abusivo de drogas
Estabelecimento de regras de conduta claras
Pais sofrem doenças mentais
Envolvimento afetivo com a vida dos filhos
Pais excessivamente autoritários ou muito exigentes
Respeito aos ritos familiares

Famílias que mantêm uma “cultura aditiva”.
Estabelecimento claro da hierarquia familiar



A família pode ser um fator de risco ou de proteção para o uso de substâncias psicoativas. 
Em primeiro lugar, temos o fator genético, ou seja, filhos de pais dependentes de álcool e/ou drogas apresentam risco quatro vezes maior de também se tornarem dependentes. Uma série de estudos realizados com gêmeos estuda a hereditariedade dos transtornos relacionados ao uso de drogas. Tanto fatores ambientais como genéticos contribuem para o uso e abuso/dependência de drogas. Com exceção dos sedativos e opiáceos, a hereditariedade estimada, em algumas pesquisas, foi maior para o abuso e a dependência de drogas (cocaína, estimulantes, maconha, álcool) do que para o seu uso, enquanto os fatores ambientais contribuíram mais para o uso delas (cocaína, estimulantes, maconha, álcool). 
Outro aspecto de fundamental importância é o papel da família na formação do indivíduo. É função da família proporcionar que a criança aprenda a lidar com limites e frustrações. Crianças que crescem num ambiente com regras claras, geralmente, são mais seguras e sabem o que devem ou não fazer para agradar. Quando se defrontam com um limite, sabem lidar com a frustração, por terem desenvolvido recursos próprios para superá-la.
Sem regras claras, é natural que o jovem sinta-se inseguro e, na tentativa de descobrir as regras do mundo, também testará os seus limites, deparando-se com frustrações. Dessa maneira, as drogas surgem como “solução mágica”: o seu consumo faz com que todos os sentimentos ruins desapareçam por alguns instantes, sem necessidade de esforços maiores. Na adolescência, sem a proteção da família, o adolescente desafiador e que não sabe lidar com frustrações apresenta maior chance de desenvolver uso indevido de substâncias.
Cuidados adequados aos filhos durante toda a infância (incluindo a vacinação), como um lar onde as intervenções paternas sejam menos restritivas e impositivas, estão relacionados a uma vida mais saudável na adolescência, capacitando esse indivíduo, quando adulto, a desempenhar um bom papel paterno ou materno (ARMSTRONG et al., 2000).
A adolescência, por ser um período de grandes transformações, leva a família a uma reorganização de papéis e ao estabelecimento de novas regras. São necessárias adaptações na estrutura e organização familiar para preparar a entrada do adolescente no mundo adulto (SPROVIERI, 1998). 
A presença dos pais junto aos filhos é tão ou mais importante na adolescência do que na infância, uma vez que seu papel agora é estar atento, mobilizar sem dirigir, apoiar nos fracassos e incentivar nos êxitos. Em suma, estar com os filhos e respeitar cada vez mais sua individualização (SAMPAIO, 1994).
Dessa forma, o conflito entre os pais é um dos fatores de risco mais relevantes, pois expõe as crianças e os adolescentes à hostilidade, à crítica destrutiva e à raiva. Freqüentemente, esses conflitos estão relacionados a alterações no comportamento, tais como agressão, sentimento de bem-estar prejudicado e funcionamento social inadequado. Em especial nas adolescentes, isso pode precipitar sintomas depressivos, delinqüência e problemas com álcool.


      Fatores escolares


De proteção
De risco
Bom desempenho escolar
Baixo desempenho escolar
Boa inserção e adaptação no ambiente escolar
Falta de regras claras
Ligações fortes com a escola
Baixas expectativas em relação às crianças
Oportunidades de participação e decisão
Exclusão social
Vínculos afetivos com professores e colegas
Falta de vínculos com as pessoas ou com a aprendizagem
Realização pessoal

Possibilidades de desafios e expansão da mente

Descoberta de possibilidades (e “talentos”) pessoais

Prazer em aprender
Descoberta e construção de projeto de vida

      Fatores sociais

A influência dos modismos é particularmente importante sobre os adolescentes (KANDEL e YAMAGUCHI, 1993). A moda reflete a tendência do momento e os adolescentes são vulneráveis a estas influências. Eles estão saindo da infância e começando a ganhar autonomia para escolherem suas próprias roupas, suas atividades de lazer, enfim, definir seu próprio estilo, e a moda influenciará a escolha desse estilo. Nessa escolha de modelos, salienta-se a pressão da turma, os modelos dos ídolos e os exemplos que esses jovens tiveram dentro de casa, ao longo de sua infância.
O uso indiscriminado de medicamentos, como remédios para relaxar, para melhorar o desempenho sexual e para dormir, dentre outros, dão ao jovem a impressão de que, para qualquer problema, há sempre uma alternativa química de ação rápida que não requer grandes esforços, enfim, resposta consoante com o imediatismo característico da juventude.

De proteção
De risco
Respeito às leis sociais
Violência
Credibilidade da mídia
Desvalorização das autoridades sociais
Oportunidades de trabalho e lazer
Descrença nas instituições
Informações adequadas sobre as drogas e seus efeitos
Falta de recursos para prevenção e atendimento.
Clima comunitário afetivo
Falta de oportunidades de trabalho e lazer.
Consciência comunitária e mobilização social
             

     Fatores relacionados à droga   

De proteção
De risco
Informações contextualizadas sobre efeitos
Disponibilidade para compra

Regras e controle para consumo adequado 
Propaganda que incentiva e mostra apenas o prazer que a droga causa 

Prazer intenso que leva o indivíduo a querer repetir o uso 

De maneira bastante simples, quanto mais rápido o início dos efeitos de uma droga e quanto menor a duração do efeito dela, maior o potencial de uma droga para causar dependência. Isso se explica porque o organismo teria pouco tempo para se re-equilibrar, no caso do fim dos efeitos, com sintomas de abstinência aparecendo de forma intensa e rápida. Assim, com o mal-estar físico causado pela ausência da droga, a pessoa teria “mais vontade” (ou necessidade) de voltar a usar a droga.  


A prevenção na família, na escola e na comunidade


O problema do uso indevido de drogas está disseminado em todos os lugares. Escolas, clubes, condomínios, comunidades, todos enfrentam essa questão. Muitas vezes, por não se saber como abordar o problema, não se toma iniciativa para tentar resolvê-lo. Considerando que são muitos e variados os fatores que causam os problemas com o abuso de drogas, uma ação isolada não é suficiente. São necessárias ações conjuntas, em diferentes níveis, realizadas e dirigidas para os diversos grupos que compõem a comunidade. Na definição das estratégias de prevenção, é preciso considerar que as palavras e as informações não bastam. É importante que todas as pessoas envolvidas tenham oportunidade de refletir sobre seus comportamentos e sobre suas opções de vida, procurando identificar os caminhos para uma vida mais saudável.





Luz, Câmera...AÇÃO




La Luna (La Luna,1979)
Caterina, uma cantora de ópera americana que acaba de enviuvar, resolve levar Joe, o seu filho adolescente, numa longa tournée por Itália. Absorvida pela sua vida agitada de cantora lírica, entra em choque quando descobre que o seu filho solitário e problemático se tornou viciado em heroína. A sua tentativa desesperada de afastar o filho da droga, resulta numa relação quase incestuosa entre ambos, mas também na possibilidade de juntar Joe, e talvez mesmo ela própria, com o seu verdadeiro pai cuja existência ela sempre manteve em segredo.








Obrigado por Fumar (Thank You for Smoking,2005)
Nick Naylor é um lobbista da indústria de cigarros que luta para proteger o direito de fumar da nação. E ainda assim se esforça para ser um bom exemplo para o filho. Mas o dilema fica maior ainda quando um senador resolve engatar uma campanha definitiva contra o fumo. É a hora deste carismático manipulador colocar seus poderes à prova, com resultados absolutamente hilários.


A Escola na Prevenção e Promoção de Qualidade de Vida Sem Drogas - Final

Conclusão

Pode-se perceber a importância da criação e fortalecimento de grupos e laços no trabalho para prevenção do uso de drogas entre adolescentes. 

Como forma de buscar evitar o uso, no entanto costuma-se fazer uso de repressão e terror. 

Na maioria das vezes a abordagem realizada sob esse aspecto não é bem sucedida e tem ainda como efeito colateral o aumento no tráfico de drogas (CAVALCANTE, 1997)

É papel do psicólogo escolar/educacional junto ao corpo discente da escola a elaboraçãodesenvolvimento e acompanhamento de projetos de prevenção ao uso de drogas. Deve ainda trabalhar junto a projetos que visem a construção de uma identidade pessoal (auto-estima, socialização, disciplina, organização) e participação social (conscientização de papéis sociais e cidadania responsável) (CASSINS, 2007).

O trabalho deve ser realizado junto ao jovem buscando valorizar as nuances de seu comportamento e propiciar um ambiente favorável para que elabore os possíveis fatores relativos ao seu contexto social ou sua subjetividade que possam vir a influir na procura pelo uso de entorpecentes. Os grupos que geralmente servem como meio de iniciação do uso de drogas  podem vir a ser revertidos favoravelmente e servirem como fator de segurança contra o uso de drogas.

A informação acrescida da rede de segurança que a escola pode vir a proporcionar serve como prevenção primária e ultrapassa os muros da instituição e da simples educação. Esses elementos passam a ser essenciais na formação de sujeitos conscientes e ativos positivamente dentro da sociedade.

Fonte:http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/drogas-e-socializacao-o-papel-da-escola-na-prevencao-e-promocao-de-qualidade-de-vida-sem-drogas#ixzz2KWfwwKrq

Série Por Dentro do Assunto

Cartilha para educadores

Série Por Dentro do Assunto

Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes

Série Por Dentro do Assunto

Cartilha Mudando Comportamentos

Série Por Dentro do Assunto

Cartilha para pais de adolescentes

Série Por Dentro do Assunto

Cartilha sobre Álcool e Jovens


Série Por Dentro do Assunto

Cartilha para pais de crianças 


                                                                 

Série Por Dentro do Assunto

A série tem o objetivo de socializar conhecimentos dirigidos a públicos específicos. Construída com base nas necessidades expressas por múltiplos setores da população, e em conhecimentos científicos atualizados, as cartilhas procuram apresentar as questões de forma leve, informal e interativa com os leitores. 

Cartilha sobre Tabaco 


Fonte: http://www.obid.senad.gov.br

A Escola na Prevenção e Promoção de Qualidade de Vida Sem Drogas - Parte IV

Prevenção no contexto escolar 

Cavalcante (1997) aponta que o trabalho com drogas pode vir a ser feito em três níveis - prevenção, repressão e tratamento. A prevenção divide-se em duas etapas: prevenção primária que procura desestimular a primeira experiência dos não iniciados e a prevenção secundária que busca prevenir o aprofundamento do uso experimental. 

A prevenção coloca-se, portanto como imperativo desse processo já que o tratamento de pessoas já em dependência é longo difícil, aleatório e caro. Quanto mais precoce, de preferência antes do contato do jovem com a mesma, maiores são as possibilidades de eficácia da mesma. 

Ela pode vir a seguir vários modelos: princípio moral (uso de drogas como algo condenável do ponto de vista ético e moral), amedrontamento (enfatiza aspectos negativos e perigosos das drogas), conhecimento científico (propõe fornecimento de informações de modo imparcial e científico), educação afetiva (modificação dos fatores predisponentes ao uso de drogas), estilo de vida saudável e pressão de grupo positiva (o grupo como fator de proteção do jovem contra as drogas). 

Quando se considera a prevenção no contexto escolar deve-se dar ênfase no investimento da formação de profissionais qualificados, bem treinados e habilidosos para lidar com as demandas da instituição. Deve também buscar envolver o corpo escolar inteiro e colocar o adolescente como participante ativo do processo de elaboração dos projetos utilizando linguagem acessível e escutando o que ele tem a dizer sobre sua realidade. 

Para SUDBRACK e DALBOSCO (2005), na impossibilidade de excluir as drogas do domínio social há que se trabalhar visando à construção de sujeitos mais preparados para enfrentar os problemas causados por elas. A prevenção entraria, portanto como parte da formação dos sujeitos dentro do ambiente escolar. 

As informações, como meio mais importante de prevenção, devem focar a qualidade de vida e não as drogas – produto - em si. Isso poderia surtir o efeito contrário, excitar a curiosidade dos adolescentes, tão ligado a situações desafiadoras. O processo de prevenção deve buscar abranger a qualidade de vida ligada aos hábitos dos adolescentes, englobando seus problemas e interesses (CAVALCANTE, 1997). 

O adequado enfrentamento dessas problemáticas exigiria políticas públicas que viabilizassem a construção de soluções que fossem colocados em contraponto com o “modelo do medo” e a “pedagogia do terror” que silenciam e excluem sem de fato proporcionar a devida formação de consciência relativa aos problemas aos quais as drogas podem estar ligadas. (SUDBRACK e DALBOSCO 2005) 

Ribeiro, Pergher e Torossian (2008) pontuam que se verifica na prática que as políticas de prevenção geralmente não fazem uso da capacidade de julgamento moral e espírito crítico do jovem e de modo geral repassam informações deturpadas e já definidas como certas. 

O jovem acaba sendo colocado numa posição de fragilidade e muitas de suas capacidades e possíveis contribuições vem a ser ignoradas. Dessa forma, os trabalhos realizados no sentido de evitar o envolvimento destes com as drogas acabam sendo desvalorizados e perdem muito nos seus objetivos finais.

Fonte:http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/drogas-e-socializacao-o-papel-da-escola-na-prevencao-e-promocao-de-qualidade-de-vida-sem-drogas#ixzz2KWfwwKrq

Luz, Câmera...AÇÃO

Bicho de Sete Cabeças (Bicho de Sete Cabeças, 2001)
Uma viagem ao inferno manicomial. Esta é a odisséia vivida por Neto, um jovem de classe media baixa que leva uma vida comum até o dia em que o pai o interna em um manicômio depois de encontrar um cigarro de maconha em seu bolso. O fato é a gota dágua que deflagra a tragédia na família. Neto é um adolescente em busca de emoções e liberdade, com pequenas rebeldias incompreendidas pelo pai, como pichar muros e usar brincos. A falta de entendimento leva ao emudecimento na relação dentro de casa e o medo de perder o controle sobre o filho vira o amor do avesso. No manicômio, Neto conhece uma realidade absurda e desumana, onde os internos são devorados por um sistema corrupto e cruel. A linguagem de documentário utilizada pela diretora empresta ao filme uma forte sensação de realidade, aumentando ainda mais o impacto das emoções vividas pelo protagonista.


Más Companhias (The Chumscrubber, 2005)
Dean, um adolescente rebelde e alienado, descobre que seu único e melhor amigo Troy, se suicidou. Preferindo não contar nada para a mãe do amigo, que ainda não descobriu a morte do filho, Dean começa a se preocupar, afinal Troy vendia drogas na escola. E é em busca das drogas que Billy, Lee e Crystal procuram por Dean. Mas ele se recusa a cooperar. Como vingança os três ameaçam seqüestrar seu irmão mais novo, só que acabam levando a vítima errada.










Drugstore Cowboy (Drugstore Cowboy,1989)
Crônica sobre um grupo de drogados que planeja assaltos a farmácias para sustentar o vício. O filme oferece uma visão renovada destes problemas sociais.
Ser um drogado em tempo integral é um trabalho para um viciado, sua mulher e um outro casal, que sobrevivem assaltando farmácias, onde conseguem drogas diversas e dinheiro.

Publicação Informativa



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http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327616.pdf

A Escola na Prevenção e Promoção de Qualidade de Vida Sem Drogas - Parte III

Processos de socialização e drogadição 

Faz parte da Síndrome Normal da Adolescência (ABERATURY e KUOBEL, 1981), a tendência grupal do indivíduo na busca da identidade. Existe segundo os autores um processo de superidentificação em massa tornando-se por vezes muito difícil a separação da turma, dos caprichos ou modas em relação à vestimenta, costumes e preferências como um todo. 
Na adolescência há em geral a mudança de figuras de referência do círculo familiar para o grupo de amizades. Para os adolescentes com uma sustentação não adequada do projeto identificatório, a sensação de “vazio existencial” é constante. Este não poupará esforços na busca por “algo” que amenize sua instabilidade e insegurança, (TAKEUTI, 2002). 

A incidência do uso de drogas entre adolescentes é considerada alta quando comparada as outras faixas populacionais. Autores como Becker (2000), explicam esse fato fazendo referência ao contexto de geralmente difícil transição e busca de auto-afirmação e enquadramento com a nova identidade nascente. Dentre as experiências de descoberta as drogas quase sempre fazem presentes. 

A vivência desse período se faz de maneira conflituosa e as pressões do meio ambiente mostram-se de maneira mais representativa. O ingresso no consumo de drogas aconteceria na maioria das vezes por influência dos colegas, (TAKEUTI, 2002). A busca dos amigos para fugir dos conflitos familiares e a sede por transgressões fariam parte do comportamento característico dessa faixa de idade. 

De acordo com RIBEIRO E TOROSSIAN et al (1998) “a adolescência é caracterizada como um período complexo no qual as drogas podem ser usadas, entre outras coisas, como um artifício virtual para catalisar a resolução dessas tarefas”. Sendo assim em nossa cultura, durante essa fase da vida é bastante comum que o jovem entre em contato com algum tipo de droga durante o processo de socialização que ocorre durante a adolescência. 

A aproximação dos jovens com as drogas se de forma considerável através de grupos. Os contatos sociais feitos dentro das escolas, muitas vezes, demarcam a presença de gangues na escola como uma constante e fazem dessa instituição uma das vias de acesso fácil dos adolescentes às drogas. (ABRAMANOVAY, 2002) 

Sendo assim, uma atenção maior sobre a forma como se dá o contato nesse contexto, bem como a busca por um maior entendimento sobre os problemas e dificuldades enfrentados pelos adolescentes precisa ser levada em conta para que se possa realizar um acompanhamento de jovens envolvidos em situações de risco com drogas. 

A escola, por ser um elemento de presença forte para os jovens e - juntamente com a família - responsável pela educação destes de forma global, tem as ferramentas necessárias para proporcionar prevenção do uso de drogas. 

Fonte:http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/drogas-e-socializacao-o-papel-da-escola-na-prevencao-e-promocao-de-qualidade-de-vida-sem-drogas#ixzz2KWfnU1Bw 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Trabalhos Acadêmicos



Exemplos de que a Prevenção ao Uso de Drogas não está apenas na área social como também está sendo abordado na área acadêmica em trabalhos realizados em Universidades. Um exemplo é o trabalho da Mestranda Magali Sampaio de Castro no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade do Piauí .

Resumo

Diversos estudos já foram realizados sobre fatores de risco e de proteção com relação ao
uso de drogas na adolescência. O uso de drogas é crescente entre os jovens,conseqüentemente, estão dependentes destas substâncias com menor idade. Este artigo tem por objetivo discutir sobre prevenção do uso de drogas, relacionando adolescência, família e escola. Metodologicamente foi uma pesquisa bibliográfica. Alguns autores foram especialmente considerados: Áries (1981); Calligares (2000); Tanaka e Andrade (2002); Sudbrack (2006), Carlini-Cotrim (2000), Carlini (2001), Baus (2002). Foi possível constatar que: a escola é uma importante instituição social que faz mediação entre a pessoa e a sociedade. Contudo, percebeu-se há necessidade da construção de espaços de interação comunitária para que se sinta mais fortalecida em questões como o
envolvimento com drogas. Estas são temáticas que na contemporaneidade tem exigido da escola o seu reconhecimento, posicionamento e estratégias. Não se pode mais negar ou ocultar tal situação. Em vez de se lutar contra as drogas, se devem combater os fatores que estão permitindo sua oferta quase sem controle e sua demanda quase sem alternativas.

PALAVRAS-CHAVES: Drogas. Prevenção. Educação. Juventude. Adolescência.

A Escola na Prevenção e Promoção de Qualidade de Vida Sem Drogas - Parte II


O Contexto das drogas

A toxicomania é um fenômeno de origem múltipla resultante do encontro do sujeito com o produto de um determinado contexto sócio-histórico, ou seja, as causas para sua ocorrência não devem ser legadas exclusivamente ao próprio indivíduo ou ao seu contexto. Deve-se levar em consideração também que nem todas as formas de consumo de produtos tóxicos não devem ser necessariamente rotuladas como toxicomanias (CAVALCANTE, 1997). 

Campos (2001) define toxicomania como “estado de intoxicação periódico ou crônico, prejudicial ao indivíduo e à sociedade, causado pelo consumo repetido de uma droga, em que há incontrolável desejo ou necessidade de consumi-la e de aumentar a dose, levando a uma dependência psicológica e às vezes física.”(2001, p. 92). 

Nem todos os usuários de drogas estão no mesmo nível de dependência. Cavalcante apud Olivenstein (1997) classifica quatro níveis de usuários:

Usuários recreativos - consumidores que fazem uso de maneira muito episódica e que não sofrem prejuízos no seu equilíbrio socioprofissional ou escolar, afetivo ou familiar
Usuários ocasionais - aqueles que têm uso das drogas de forma mais repetitiva, mas sem chegar a comprometer o equilíbrio sócio-familiar, escolar, etc.
Usuários semi-ocasionais – sujeitos eu já apresentam um ou mais sinais-sintomas indicando já o início de uma ruptura na vida do indivíduo como faltas ou fugas da escola, distúrbios de sono e das condutas alimentares, por exemplo.
Adolescentes toxicomânicos – aqueles cuja relação jovem-droga forma um duo indissociável, invadindo a vida relacional e afetiva. É o adolescente que apresenta todos os seus interesses de alguma forma ligados ao consumo de drogas.

Essa classificação é exclusiva para adolescentes e não pode ser considerada como permanente dado à personalidade ainda em estruturação, característica dessa faixa etária. Deve, no entanto, servir de alerta para os problemas que este jovem possa vir a estar passando, não necessariamente o consumo de drogas, possíveis expressões de dificuldades psíquicas ou mesmo familiares. 

As drogas mais consumidas são o álcool, o tabaco, a maconha, as anfetaminas e os barbitúricos. Dos contatos realizados com drogas o álcool mostra ser, de acordo com DÉA, SANTOS E ITAKURA apud CEBRID(2002), a substância entorpecente mais presente nas experiências dos jovens. Sendo que mais de 50% dos estudantes pesquisados na faixa de idade de 10 aos 12 anos já fizeram uso dessa droga. 

O consumo de drogas nessa faixa de idade teria conseqüências múltiplas, dentre elas prejuízo da cognição, capacidade de julgamento, do humor e das relações interpessoais, além do risco de dependência, superdosagem, acidentes, danos físicos e psicológicos e morte prematura. Além disso, as alterações da percepção e reações psicomotoras resultantes do uso da droga podem levar a acidentes fatais e ao suicídio.

Somando-se a esses fatores existe ainda a possibilidade do aumento das possibilidades de envolvimento em crimes e prostituição para financiar o próprio hábito (GIUSTI, 2008). 

Os adolescentes toxicomaníacos estariam, conforme apontam MARQUES e CRUZ (2008), em mais riscos do que os já convencionalmente existentes em se tratando de adultos. As substâncias psicoativas aumentariam a probabilidade de acidentes e violência incidindo, de acordo com os autores, sobre o já fragilizado mecanismo de autopreservação desses sujeitos. Ainda segundo os autores o uso de drogas constitui “um grave problema de saúde pública, com sérias conseqüências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda a sociedade”. Sendo assim a temática deve prioritariamente ser foco de discussões por parte dos pais e educadores bem como ser alvo de políticas públicas que visem trabalhar a situação.

Fonte:http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/drogas-e-socializacao-o-papel-da-escola-na-prevencao-e-promocao-de-qualidade-de-vida-sem-drogas#ixzz2KWfbFVUH