PREVENÇÃO
Fatores do próprio indivíduo
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Habilidades sociais
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Insegurança
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Cooperação
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Insatisfação com a vida
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Habilidades para resolver problemas
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Sintomas depressivos
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Vínculos positivos com pessoas, instituições e valores
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Curiosidade
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Autonomia
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Busca de prazer
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Auto-estima desenvolvida
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Na passagem da experimentação para o uso regular e na manutenção do uso, fatores mais relacionados com características internas do adolescente, tais como insegurança ou sintomas depressivos, podem estar envolvidos.
Analisando-se os fatores internos do adolescente que podem facilitar o uso de álcool e drogas, podem-se citar também a insatisfação e a não-realização em suas atividades. Os jovens precisam sentir que são bons em alguma atividade, sendo que esse destaque representará sua identidade e sua função dentro do grupo. O adolescente que não consegue se destacar nos esportes, estudos e relacionamentos sociais, dentre outras ações, pode buscar nas drogas a sua identificação. A insegurança quanto ao seu desempenho também exerce o mesmo papel, no sentido de empurrá-lo para experimentar atividades nas quais se sinta mais seguro. Em relação aos esteróides anabolizantes, Bahrke e colaboradores (1998) afirmam que a insatisfação com a própria imagem corporal e a deposição de muita importância nos atributos físicos podem se tornar fatores de risco para o uso dessas substâncias, que acabam desempenhando um papel na manutenção da auto-estima desses jovens.
Os sintomas depressivos e as crises de angústia que, em muitos casos, fazem parte da adolescência normal, são também fatores de risco. O jovem que está triste, desanimado ou mesmo ansioso e angustiado tende a buscar atividades ou coisas que o ajudem a sentir-se melhor. Os efeitos das drogas podem proporcionar, de forma imediata, uma melhora desses sintomas, sendo uma tentativa de “auto-medicação”. Quanto mais impulsivo e menos tolerante à frustração for o adolescente, maior será o risco de usar drogas. Segundo estudo desenvolvido com adolescentes dependentes, aqueles que apresentavam sintomas depressivos evoluíam mais rápido da experimentação para o uso regular e também consumiam drogas mais fortes, como a cocaína, em alguns casos, sem ter usado substâncias mais “leves” anteriormente, como a maconha (SCIVOLETTO, 1997).
Ao mesmo tempo, a curiosidade e a busca de emoções, também presentes na adolescência, são fatores que contribuem para o desejo de experimentar sensações novas e integrar-se em comemorações e festas que podem incluir comportamentos de risco e o uso de drogas.
Fatores familiares
Devem-se considerar como fatores que têm influência tanto para favorecer o uso de drogas como para servir de proteção o fator genético e o papel formador da família.
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Pais que acompanham as atividades dos filhos
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Pais fazem uso abusivo de drogas
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Estabelecimento de regras de conduta claras
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Pais sofrem doenças mentais
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Envolvimento afetivo com a vida dos filhos
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Pais excessivamente autoritários ou muito exigentes
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Respeito aos ritos familiares
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Famílias que mantêm uma “cultura aditiva”.
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Estabelecimento claro da hierarquia familiar
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A família pode ser um fator de risco ou de proteção para o uso de substâncias psicoativas.
Em primeiro lugar, temos o fator genético, ou seja, filhos de pais dependentes de álcool e/ou drogas apresentam risco quatro vezes maior de também se tornarem dependentes. Uma série de estudos realizados com gêmeos estuda a hereditariedade dos transtornos relacionados ao uso de drogas. Tanto fatores ambientais como genéticos contribuem para o uso e abuso/dependência de drogas. Com exceção dos sedativos e opiáceos, a hereditariedade estimada, em algumas pesquisas, foi maior para o abuso e a dependência de drogas (cocaína, estimulantes, maconha, álcool) do que para o seu uso, enquanto os fatores ambientais contribuíram mais para o uso delas (cocaína, estimulantes, maconha, álcool).
Outro aspecto de fundamental importância é o papel da família na formação do indivíduo. É função da família proporcionar que a criança aprenda a lidar com limites e frustrações. Crianças que crescem num ambiente com regras claras, geralmente, são mais seguras e sabem o que devem ou não fazer para agradar. Quando se defrontam com um limite, sabem lidar com a frustração, por terem desenvolvido recursos próprios para superá-la.
Sem regras claras, é natural que o jovem sinta-se inseguro e, na tentativa de descobrir as regras do mundo, também testará os seus limites, deparando-se com frustrações. Dessa maneira, as drogas surgem como “solução mágica”: o seu consumo faz com que todos os sentimentos ruins desapareçam por alguns instantes, sem necessidade de esforços maiores. Na adolescência, sem a proteção da família, o adolescente desafiador e que não sabe lidar com frustrações apresenta maior chance de desenvolver uso indevido de substâncias.
Cuidados adequados aos filhos durante toda a infância (incluindo a vacinação), como um lar onde as intervenções paternas sejam menos restritivas e impositivas, estão relacionados a uma vida mais saudável na adolescência, capacitando esse indivíduo, quando adulto, a desempenhar um bom papel paterno ou materno (ARMSTRONG et al., 2000).
A adolescência, por ser um período de grandes transformações, leva a família a uma reorganização de papéis e ao estabelecimento de novas regras. São necessárias adaptações na estrutura e organização familiar para preparar a entrada do adolescente no mundo adulto (SPROVIERI, 1998).
A presença dos pais junto aos filhos é tão ou mais importante na adolescência do que na infância, uma vez que seu papel agora é estar atento, mobilizar sem dirigir, apoiar nos fracassos e incentivar nos êxitos. Em suma, estar com os filhos e respeitar cada vez mais sua individualização (SAMPAIO, 1994).
Dessa forma, o conflito entre os pais é um dos fatores de risco mais relevantes, pois expõe as crianças e os adolescentes à hostilidade, à crítica destrutiva e à raiva. Freqüentemente, esses conflitos estão relacionados a alterações no comportamento, tais como agressão, sentimento de bem-estar prejudicado e funcionamento social inadequado. Em especial nas adolescentes, isso pode precipitar sintomas depressivos, delinqüência e problemas com álcool.
Fatores escolares
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Boa inserção e adaptação no ambiente escolar
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Ligações fortes com a escola
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Baixas expectativas em relação às crianças
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Oportunidades de participação e decisão
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Vínculos afetivos com professores e colegas
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Falta de vínculos com as pessoas ou com a aprendizagem
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Possibilidades de desafios e expansão da mente
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Descoberta de possibilidades (e “talentos”) pessoais
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Prazer em aprender | |
Descoberta e construção de projeto de vida |
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Fatores sociais
A influência dos modismos é particularmente importante sobre os adolescentes (KANDEL e YAMAGUCHI, 1993). A moda reflete a tendência do momento e os adolescentes são vulneráveis a estas influências. Eles estão saindo da infância e começando a ganhar autonomia para escolherem suas próprias roupas, suas atividades de lazer, enfim, definir seu próprio estilo, e a moda influenciará a escolha desse estilo. Nessa escolha de modelos, salienta-se a pressão da turma, os modelos dos ídolos e os exemplos que esses jovens tiveram dentro de casa, ao longo de sua infância.
O uso indiscriminado de medicamentos, como remédios para relaxar, para melhorar o desempenho sexual e para dormir, dentre outros, dão ao jovem a impressão de que, para qualquer problema, há sempre uma alternativa química de ação rápida que não requer grandes esforços, enfim, resposta consoante com o imediatismo característico da juventude.
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Desvalorização das autoridades sociais
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Oportunidades de trabalho e lazer
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Descrença nas instituições
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Informações adequadas sobre as drogas e seus efeitos
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Falta de recursos para prevenção e atendimento.
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Clima comunitário afetivo
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Falta de oportunidades de trabalho e lazer.
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Consciência comunitária e mobilização social
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Fatores relacionados à droga
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Informações contextualizadas sobre efeitos
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Disponibilidade para compra
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Regras e controle para consumo adequado
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Propaganda que incentiva e mostra apenas o prazer que a droga causa
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Prazer intenso que leva o indivíduo a querer repetir o uso
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De maneira bastante simples, quanto mais rápido o início dos efeitos de uma droga e quanto menor a duração do efeito dela, maior o potencial de uma droga para causar dependência. Isso se explica porque o organismo teria pouco tempo para se re-equilibrar, no caso do fim dos efeitos, com sintomas de abstinência aparecendo de forma intensa e rápida. Assim, com o mal-estar físico causado pela ausência da droga, a pessoa teria “mais vontade” (ou necessidade) de voltar a usar a droga.
A prevenção na família, na escola e na comunidade
O problema do uso indevido de drogas está disseminado em todos os lugares. Escolas, clubes, condomínios, comunidades, todos enfrentam essa questão. Muitas vezes, por não se saber como abordar o problema, não se toma iniciativa para tentar resolvê-lo. Considerando que são muitos e variados os fatores que causam os problemas com o abuso de drogas, uma ação isolada não é suficiente. São necessárias ações conjuntas, em diferentes níveis, realizadas e dirigidas para os diversos grupos que compõem a comunidade. Na definição das estratégias de prevenção, é preciso considerar que as palavras e as informações não bastam. É importante que todas as pessoas envolvidas tenham oportunidade de refletir sobre seus comportamentos e sobre suas opções de vida, procurando identificar os caminhos para uma vida mais saudável.