segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A Escola na Prevenção e Promoção de Qualidade de Vida Sem Drogas - Parte II


O Contexto das drogas

A toxicomania é um fenômeno de origem múltipla resultante do encontro do sujeito com o produto de um determinado contexto sócio-histórico, ou seja, as causas para sua ocorrência não devem ser legadas exclusivamente ao próprio indivíduo ou ao seu contexto. Deve-se levar em consideração também que nem todas as formas de consumo de produtos tóxicos não devem ser necessariamente rotuladas como toxicomanias (CAVALCANTE, 1997). 

Campos (2001) define toxicomania como “estado de intoxicação periódico ou crônico, prejudicial ao indivíduo e à sociedade, causado pelo consumo repetido de uma droga, em que há incontrolável desejo ou necessidade de consumi-la e de aumentar a dose, levando a uma dependência psicológica e às vezes física.”(2001, p. 92). 

Nem todos os usuários de drogas estão no mesmo nível de dependência. Cavalcante apud Olivenstein (1997) classifica quatro níveis de usuários:

Usuários recreativos - consumidores que fazem uso de maneira muito episódica e que não sofrem prejuízos no seu equilíbrio socioprofissional ou escolar, afetivo ou familiar
Usuários ocasionais - aqueles que têm uso das drogas de forma mais repetitiva, mas sem chegar a comprometer o equilíbrio sócio-familiar, escolar, etc.
Usuários semi-ocasionais – sujeitos eu já apresentam um ou mais sinais-sintomas indicando já o início de uma ruptura na vida do indivíduo como faltas ou fugas da escola, distúrbios de sono e das condutas alimentares, por exemplo.
Adolescentes toxicomânicos – aqueles cuja relação jovem-droga forma um duo indissociável, invadindo a vida relacional e afetiva. É o adolescente que apresenta todos os seus interesses de alguma forma ligados ao consumo de drogas.

Essa classificação é exclusiva para adolescentes e não pode ser considerada como permanente dado à personalidade ainda em estruturação, característica dessa faixa etária. Deve, no entanto, servir de alerta para os problemas que este jovem possa vir a estar passando, não necessariamente o consumo de drogas, possíveis expressões de dificuldades psíquicas ou mesmo familiares. 

As drogas mais consumidas são o álcool, o tabaco, a maconha, as anfetaminas e os barbitúricos. Dos contatos realizados com drogas o álcool mostra ser, de acordo com DÉA, SANTOS E ITAKURA apud CEBRID(2002), a substância entorpecente mais presente nas experiências dos jovens. Sendo que mais de 50% dos estudantes pesquisados na faixa de idade de 10 aos 12 anos já fizeram uso dessa droga. 

O consumo de drogas nessa faixa de idade teria conseqüências múltiplas, dentre elas prejuízo da cognição, capacidade de julgamento, do humor e das relações interpessoais, além do risco de dependência, superdosagem, acidentes, danos físicos e psicológicos e morte prematura. Além disso, as alterações da percepção e reações psicomotoras resultantes do uso da droga podem levar a acidentes fatais e ao suicídio.

Somando-se a esses fatores existe ainda a possibilidade do aumento das possibilidades de envolvimento em crimes e prostituição para financiar o próprio hábito (GIUSTI, 2008). 

Os adolescentes toxicomaníacos estariam, conforme apontam MARQUES e CRUZ (2008), em mais riscos do que os já convencionalmente existentes em se tratando de adultos. As substâncias psicoativas aumentariam a probabilidade de acidentes e violência incidindo, de acordo com os autores, sobre o já fragilizado mecanismo de autopreservação desses sujeitos. Ainda segundo os autores o uso de drogas constitui “um grave problema de saúde pública, com sérias conseqüências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda a sociedade”. Sendo assim a temática deve prioritariamente ser foco de discussões por parte dos pais e educadores bem como ser alvo de políticas públicas que visem trabalhar a situação.

Fonte:http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/drogas-e-socializacao-o-papel-da-escola-na-prevencao-e-promocao-de-qualidade-de-vida-sem-drogas#ixzz2KWfbFVUH

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